AE com classe e raça
O Partido dos Trabalhadores reafirmou, em seu IV Congresso, ser um partido com objetivo estratégico socialista. De olho na história de subproletariazação da classe trabalhadora e precarização das relações trabalhista somados ao distúrbio e marginalização do exército reserva, provocado pelo atual modelo econômico, o PT em sua história recente, lança um olhar específico a cada segmento societário criando em sua instância ,os setoriais e secretarias afins.
Torna-se então um ente- dirigente ,não só da classe trabalhadora encontrada no seu local de trabalho, mas também em suas específicas lutas por emancipação no local de moradia, por segmento etário, étnico e etc. A luta anticapitalista, anti-imperialista e anti-hegemônica, recebe recortes específicos que proporcionam adesões de muitas mulheres, negros, jovens e outros.
No movimento de combate ao racismo (ou movimento negro), a luta anticapitalista é aderida por terem sido, assim como outros, vítimas desta saga. Sua especificidade porém ,reside na usurpação e expropriação de seu bem maior. Com o advento do capitalismo- inicio das grandes navegações, milhões de negras e negros foram violentamente retirados de suas terras, afastados de seus entes e sem perspectivas, forçados a trabalhar em terras distantes. Em seguida, após a abolição, marginalizados.
A luta anti-imperialista torna-se plataforma de luta para este segmento, ao perceber dentre outras esfoliações, a soberba postura europeia e norte-americana ao ignorar todo um histórico de construção societário no continente africano, o que tentam a todo custo (principalmente por meio dos livros didáticos), reproduzirem e refazer na América Latina hoje.
Hegemonicamente, a luta é travada principalmente no plano das ideias. O poder midiático insiste a todo o momento , corromper e corroer a já dilacerada mente humana, pervertendo-a com valores individualistas e consumistas com recorte racial, promovendo a manutenção do estigma racista existente na sociedade. O padrão de consumo oferecido está além da capacidade agregativa também oferecida pela classe dita hegemônica (em sua maioria não negra). É preciso repensar esse modelo econômico e destituir quem a este dita as regras.
A Articulação de Esquerda é provocada por esta linha de análise e em sintonia com a mesma, resolve fazer-se presente neste debate e convoca a todos os seus militantes para constituir o Coletivo Francisca Trindade. Para tal convida-os para realizarem junto ao ENNPT a I Plenária Nacional de Combate ao Racismo da AE, que terá como objetivo: (1) mapear nossos militantes inseridos nesta frente; (2) Traçar metas organizativas; e (3) convocar a I Conferência Nacional de Combate ao Racismo da AE.