Avaliação do ENNPT
O Encontro Nacional de Negras e Negros do Partido dos Trabalhadores -ENNPT, realizado entre os dias 16 e 18 de maio de 2010 representou um marco para os militantes da Articulação de Esquerda – AE, tendência interna do Partido dos Trabalhadores – PT.
Representantes de oito Estados (AP, AM, BA, ES, PA, RS, RJ e SP), realizaram reuniões com o intuito de articular o Coletivo Francisca Trindade – CFT, que a tempos vem sendo construído a fim de tirar diretrizes e políticas de atuação dos mesmos dentro e fora do PT para o Combate ao Racismo.
As plenárias (quatro no total) aconteceram nos intervalos das atividades do ENNPT e teve como objetivo central avaliar as nossas condições, possibilidades e tamanho para as devidas intervenções. Num primeiro momento fizemos uma rodada de apresentação e pudemos constatar nosso quantitativo presente. Embora não estando presentes todos os militantes mapeados em trabalhos anteriores, percebemos que somamos uma força política com capacidade de aglutinar e representar a segunda força em nível nacional, como mostrou a ultima eleição para o setorial em 2008.
De posse dessas informações, avaliamos os passos da construção do ENNPT. Percebemos uma atuação equivocada da parte dos que conduziram esse processo, entre as quais constatamos a falta de articulação com vários secretários estaduais e com alguns membros do coletivo nacional. Provocando uma descontentamento na maioria dos presentes, não somente da AE; perda de tempo e gasto excessivo. O propósito do ENNPT era elaborar uma proposta de programa de governo à partir do setorial, e uma vez que esse já se encontrava finalizado e entregue a pré-candidata Dilma Roussef e sua equipe de campanha, provocou em alguns delegados nacionais a sensação de encontro desnecessário.
Outra questão polemica foi a composição da equipe de coordenação de campanha Dilma Presidente. Por direito a titular da pasta (secretária nacional) é a indicada para compor a mesma, no entanto, o que se viu, foi todo essa mobilização apenas para respaldar o nome da mesma. Ciente desta avaliação e das condições dadas, resolvemos enquanto coletivo da AE (CFT pré-formado) respeitar os tramites legais de condução do nome da Cida à equipe de coordenação e propor a formação de um colegiado para acompanhá-la na condução dos trabalhos. Este colegiado será formado com base nos Grupo de Trabalhos – GT realizados durante o ENNPT.
Já num terceiro encontro de avaliação, fizemos um levantamento de nossa presença nos GT’s e o que colocamos como prioridade. Constamos uma forte presença de militantes da AE no GT de juventude negra (com Cristiano, Freitas e Andréia da BA e Gleidson / PA – membro da coordenação nacional do Fórum Nacional de Juventude Negra – FONAJU), religiões de matrizes africanas (com Rafael Pinto – membro do coletivo nacional de combate ao racismo do PT). Embora presente também nos GT’s de saúde, segurança pública, desenvolvimento econômico e outros.
Nesta avaliação, resolvemos por consenso defender o nome dos companheiros Rafael Pinto /SP (membro do CNCR-PT) para as questões de Religiões de Matrizes Africanas e do jovem Cristiano Lima / BA para compor o possível colegiado para as questões de Juventude Negra, dividindo com os demais jovens da Juventude Negrada Articulação de Esquerda – JNAE as diversas questões decisórias, com respaldo e conhecimento dos demais militantes do CFT.
Por fim, em nossa ultima plenária, tiramos alguns encaminhamentos organizacionais do CFT. Entendemos que é preciso mapear outros militantes do combate ao racismo orgânico da AE; reforçar e utilizar com mais freqüência nossa lista de e-mail para viabilizar nosso contato; elaborar este documento de avaliação do ENNPT; realizar o Seminário Nacional do Coletivo Francisca Trindade até início do próximo ano (se possível junto com a Jornada Nacional de Formação da AE); e realizar a Conferencia Nacional do CFT com o intuito de consolidar a coordenação nacional de combate ao racismo da AE.
Para consolidação desta frente, contamos com a participação ativa das DEAE’s, bem como das instâncias municipais e/ou regionais, contamos também o engajamento das JAE’s a fim de agregar e pautar as questões das juventude negra e assim combate o racismo e toda forma de discriminação e preconceito, bem como as diversas intolerâncias raciais e religiosas, promover a igualdade racial e em suma consolidar uma sociedade socialista.
Por fim, reforçamos que, dispomos de uma lista de e-mail para os militante da AE que debatem a questão racial (coletivo-francisca-trindade@googlegroups.com) e também um blog (www.coletivofranciscatrindade.blogspot.com) para nossa comunicação e divulgação de textos e análise diversas.